Dominando o ciclo de mercado - Resenha crítica - Howard Marks
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Dominando o ciclo de mercado - resenha crítica

Dominando o ciclo de mercado Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Investimentos & Finanças

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Mastering the market cicle

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-508-0884-0

Editora: Alta Books

Resenha crítica

Por que estudar ciclos?

A sua posição no ciclo é determinante para o sucesso ou fracasso das suas iniciativas. Isto é, se você não alterar a postura de investimentos adotada conforme as mudanças, será indolente em relação aos ciclos.

Dito de outra forma, ignorará a oportunidade de inclinar as probabilidades ao seu favor. Contudo, se obtiver algum insight acerca dos ciclos, poderá aumentar as suas apostas, colocando-as em investimentos um pouco mais agressivos.

Por outro lado, poderá ficar mais cauteloso e elevar a sua postura defensiva sempre que as probabilidades estiverem contra você. Realizar investimentos é, para Marks, uma questão de estar preparado para o que o futuro financeiro lhe apresentar.

A tarefa é relativamente simples, consistindo na montagem de portfólios que possam se beneficiar dos eventos nos próximos anos. Um investidor profissional tem sucesso quando faz isso melhor que os investidores médios ou superam um parâmetro (benchmark) de mercado atribuído.

Essa referência é instituída por meio dos comportamentos do conjunto de todos os investidores. Porém, atingir esse nível de êxito não é superficial. Apesar de ser muito simples gerar desempenhos médios de investimentos, é muito complexo ter uma performance acima da média.

Um dos fundamentos mais importantes da metodologia de nosso autor é a convicção, segundo a qual, não é possível antever o que o chamado “futuro macro” nos trará, em termos de geopolítica, mercados ou economia.

Não há muitas pessoas que conseguem avaliar todos os elementos envolvidos, a fim de saber mais sobre esse tema. Nesse contexto, as suas precisões lhe levarão a uma performance superior somente se você souber mais que os outros.

Esse conhecimento pode ser, por exemplo, referente à posse de informações mais acuradas, uma boa interpretação dos dados disponíveis, tomar decisões acertadas a partir dessa interpretação,e  ter a inteligência emocional necessária para agir no momento certo.

Investidores superiores

Para o nosso autor, o sucesso dos investimentos é comparável à escolha de um ganhador de loteria. Por analogia, ambos são indicados por um bilhete (resultado), que é tirado de uma urna (na qual existem todos os resultados possíveis).

Em todos os casos, um resultado é selecionado entre as diversas possibilidades. Os investidores superiores são aqueles indivíduos dotados de melhor noção acerca dos bilhetes que estão presentes na urna, ponderando se valerá a pena participar dessa loteria.

Mesmo que esses investidores superiores não conheçam exatamente o que ocorrerá no futuro, eles contam com uma percepção elevada (e bem acima da média) a respeito das tendências futuras.

Calibrar

A melhor forma de aprimorar o posicionamento de seu portfólio é decidir como equilibrar defensividade e agressividade. O autor pensa que as relações entre posições mais defensivas e mais agressivas deve ser otimizada com o passar do tempo.

Em suma, tais ajustes devem servir de resposta às alterações nos ambientes de investimento e, também, sempre que se estabelecer uma série de fatores conjunturais em seus ciclos.

“Calibrar” é a palavra-chave. Os valores investidos, grau de risco, a alocação de capitais entre as diversas possibilidades – esses elementos devem ser calibrados permanentemente, variando conforme a necessidade.

Em termos práticos, os princípios gerais de Marks para a composição de um portfólio são simples e comprovadamente eficazes: adotar a agressividade quando for barato e, por outro lado, recuar quando for caro. 

Movimento pendular dos ciclos

No “universo” dos investimentos, o que realmente importa é o movimento pendular dos ciclos. Oscilações de pêndulos podem aparecer nas mais distintas formas, relacionando-se com uma enorme gama de fenômenos. Não obstante, as razões subjacentes a essas oscilações e os padrões que elas produzem guardam muitos aspectos em comum.

Portanto, elas tendem a ser consistentes (mesmo que apenas relativamente) ao longo de um determinado período. Para exemplificar, o nosso autor relembra a famosa citação atribuída ao icônico escritor Mark Twain, segundo a qual, “a história não se repete, mas rima”.

A variabilidade dos ciclos manifesta-se em função de detalhes e motivos, em extensão e tempo, mas as altas e as baixas sempre ocorrerão, produzindo alterações nos ambientes de investimentos e, por conseguinte, nos comportamentos exigidos.

Nos desenhos de Marks, as linhas centrais representam os pontos médios em torno dos quais os ciclos oscilam. Em certas ocasiões, elas têm uma tendência secular (no sentido de “duração indefinida”) ou uma direção intrínseca.

Dessa maneira, as economias e a lucratividade das empresas tendem ao crescimento no longo prazo. Esse é um dos principais motivos para o desenvolvimento perene do mercado.

Caso esses progressos sejam totalmente naturais ou científicos, mercados, empresas, economias e processos físicos podem avançar a taxas constantes e em linha reta (ao menos, durante um certo tempo).

Obviamente, aqueles progressos que não se enquadram nas características elencadas acima não se comportarão desse modo. A performance observável, de fato, sofrerá permanente influência, no curto prazo, pelo envolvimento de indivíduos que, por definição, não são estáveis.

Pelo contrário, as pessoas costumam alternar seus comportamentos, muitas vezes, em virtude de elementos psicológicos. Assim, o comportamento das pessoas certamente variará de acordo com o ambiente de negócios.

Agora que chegamos à metade da leitura, vamos nos aprofundar nos conceitos mais importantes para dominar o ciclo de mercado: o ponto médio, a correta identificação do posicionamento de um ciclo, a previsibilidade das tendências e, por fim, os extremos cíclicos.

O ponto médio

Conforme mencionado, os ciclos oscilam na “órbita” do ponto médio que, geralmente, é considerado um meio termo, média, meio, norma ou tendência secular. Ademais, ele é, de certa forma, como “apropriado e correto”;

Os extremos dos ciclos, porém, são vistos como “excessos” ou “aberrações” a serem excluídas e, via de regra, o são. Ainda que os eventos responsáveis pelas oscilações dos ciclos tendam a permanecer muito tempo abaixo ou acima do ponto médio, o movimento de retorno à média é a regra geral.

Os movimentos de extremos baixos ou altos em direção ao meio são frequentemente descritos como “regressões ao meio”. Essa é uma tendência muito razoável e poderosa.

O padrão cíclico consiste, usualmente, em um movimento que parte do ponto médio razoável até um extremo imprudente. Geralmente, o ponto médio e racional exerce um tipo de “atração magnética”, levando os elementos causadores das oscilações a retornarem a uma direção “normal”.

O problema é que a permanência no estágio de normalidade não dura por muito tempo, à medida que as mesmas influências podem continuar em vigor, provocando novas oscilações.

Posicionamento do ciclo

O conceito de “posicionamento do ciclo” pode ser definido, essencialmente, a partir da escolha entre uma postura defensiva ou uma postura agressiva, diminuindo ou aumentando a sua exposição aos movimentos próprios do mercado.

Trata-se do processo de decisão a respeito da postura quanto aos riscos do seu portfólio, em decorrência dos seus julgamentos quanto aos ciclos principais. A seleção de ativos, por sua vez, é o processo de definir quais ativos ou títulos específicos e os nichos de mercado que estão sobre ou subapreciados.

Essas são, segundo Marks, as ferramentas principais para o gerenciamento do seu portfólio. Por mais que pareça, a princípio, uma simplificação excessiva, ela contém os elementos básicos para o êxito de qualquer investidor.

Aqui, a receita do sucesso consiste tanto na cuidadosa análise para identificar a posição atual do mercado (o que, em consequência, fundamenta uma elevação de agressividade) quanto na comprovação de que a sua avaliação está correta. Esses itens podem ser resumidos como “alfa” ou “habilidade” no posicionamento dos ciclos.

Evidentemente, o nível de aleatoriedade que existe no mercado não deve ser, sob hipótese alguma, negligenciado. Dessa forma, conseguir provar que você está certo não é algo que ocorrerá o tempo todo. Isso vale, até mesmo, para os mais hábeis investidores.

Previsibilidade das tendências de mercado

Durante os momentos nos quais os ciclos dos mercados estão em baixa, o mais plausível é que os ganhos sejam elevados e, consequentemente, as perdas sejam menos prováveis. Nas fases de alta, a dinâmica é exatamente oposta.

Com efeito, os posicionamentos baseiam-se em movimentos nos quais você crê que os mercados estão em seu ciclo, tentando preparar, o melhor possível, seu portfólio para responder aos acontecimentos futuros.

Apesar de ser perfeitamente possível ter “azar” acerca das relações entre o que, desde uma perspectiva lógica, foi previsto e a concretização do fato; as boas decisões podem elevar as chances de que uma determinada tendência de mercado jogue a seu favor.

Extremos cíclicos

É altamente recomendável buscar melhores os resultados dos seus investimentos a longo prazo, mudando as posições a partir da compreensão dos ciclos dos mercados. Entretanto, é fundamental compreender, também, as dificuldades, as habilidades necessárias e as limitações envolvidas nisso.

Marks destaca um fato óbvio: em vez das oscilações rotineiras do mercado, é preciso focar nos extremos cíclicos, ou seja, eventos esporádicos que “ocorrem uma vez na vida”.

Em primeiro lugar, os extremos do colapso e da bolha (sobretudo, os processos que os originam) ilustram claramente os ciclos em ação e como você deve responder a eles.

Em segundo lugar, ao lidar com extremos pronunciados, espere as maiores probabilidades de sucesso. A relação entre valor e preço, por definição, nunca fica tão evidente quanto nos extremos.

Logo, não é fácil fazer distinções frequentes e corretas. A “relação justa” está no meio termo. Nesse campo, as distinções não obtêm tanta lucratividade quanto nos extremos. Desse modo, não espere que elas sejam confiáveis.

Explorar e detectar os extremos, na realidade, é o melhor que você pode realizar, sendo experiente, perspicaz, analítico e, principalmente, não emotivo.

Todavia, o autor não indica esperar por conclusões lucrativas a cada dia, mês ou ano. A razoabilidade dos esforços para detectar os momentos exatos dos ciclos dependerão, simplesmente, do que você espera deles. Caso contrário, o sucesso será improvável.

Em outras palavras, não faz sentido tentar responder: “o que acontecerá amanhã?”. Afinal, ninguém pode realizar boas distinções consistente ou frequentemente o bastante para aprimorar os resultados dos investimentos. De igual modo, ninguém sabe em que momento os desenvolvimentos prováveis de um dado mercado se materializarão.

Nesse ponto, o autor cita o grande historiador e economista Peter Bernstein: “o futuro não é nosso para conhecê-lo. Mas, é útil saber a inevitabilidade dos erros, de modo a não os encarar como terríveis falhas de raciocínio ou manifestação de má sorte”.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que os seres humanos sempre apresentarão uma tendência ao excesso. Uma vez que, em alguns momentos, esses excessos serão corrigidos, a ocorrência dos ciclos cessará.

Lembre-se de que os mercados e as economias jamais se movimentam em linha reta. Ou seja, os investidores que apresentam a capacidade de compreender essa natureza cíclica encontrarão as melhores oportunidades de lucro.

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Quem escreveu o livro?

Marks é fundador e presidente da empresa de investimentos Oaktree Capital Management. Além disso, consolidou-se como uma das maiore... (Leia mais)

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